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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Todos a Bordo!


Finalmente o sol sorriu e pudemos conhecer e "viajar" numa Nau igual à utilizada na época dos Descobrimentos. Apesar de excelentes marujos, há muito que esperávamos pelo bom tempo para navegarmos até novas terras. E valeu bem a pena! Nesta visita guiada, ficamos muito mais ricos em conhecimento e experiência marítima...
Subam a bordo pois a nossa viagem vai começar!
Este era o cesto de vigia, o ponto mais alto do barco. De lá podíamos avistar terra ou embarcações inimigas. Nenhum membro da tripulação gostava de estar neste posto pois ficava muito exposto ao vento, ao frio e à chuva. Para subir até lá, tinha que trepar pelas cordas do barco e por vezes, com o balançar das ondas, desequilibrava-se e caía à água. Assim, era considerado um castigo para quem ficava neste posto.
Olhem bem, conseguem encontrar um pequeno canhão? Este canhão servia para atingir os pontos mais altos das embarcações inimigas, sobretudo os mastros. Quando os mastros eram atingidos, caiam e consigo as velas, deixando os barcos à deriva.




 Os canhões disparavam pesadas bolas de pedra para defenderem a embarcação de ataques inimigos, nomeadamente dos piratas. Este era um posto muito perigoso, quem aqui estava sofria muitos acidentes: deixava cair uma bola num pé, queimava-se...



Para fazer descer ou subir a âncora, tinha que se rodar estas traves. A âncora era de tal maneira pesada que era necessária a força de dez homens!

Aqui podemos ver o capitão e o seu escrivão que fazia o registo das viagens e o diário de bordo.

Este senhor é o "piloto" da Nau. Nesta época os lemes eram diferentes daqueles que conhecemos. O leme era uma trave gigante que estava no porão. Como quem o manobrava nada conseguia ver, este senhor dava-lhe as indicações através de uma pequena janela que havia no chão atrás de si.

Instrumentos de navegação utilizados:
astrolábio

carta náutica

quadrante

prumo de mão



 balestilha

Sabem como se descia as escadas da Nau? sempre de costas e com ambas as mãos nas cordas.



Existia a superstição de que mulheres a bordo traziam má sorte. Mas por vezes, havia raparigas que iam casar com homens que viviam em terras e continentes por nós descobertos. Quando um barco navegava até esses lugares para ir buscar especiarias, tecidos ou outros produtos, essas raparigas iam nestas viagens. Mas há um pormenor o qual não devem saber: elas não podiam sair do seu quarto nem falar com pessoa alguma, a não ser com o padre.


Em cada viagem havia sempre um padre que zelava e rezava pela tripulação. Quando não havia vento e o barco estava parado, havia muito tempo livre. Então, o Padre aproveitava para celebrar missas, realizar procissões, ensinar cânticos religiosos, fazer vigílias e muito mais. Era como um animador!

Para além do Padre, ia também um médico a bordo. Para fazer curativos utilizava azeite, água do mar e algas.

As crianças também faziam parte da tripulação. Como os pais não tinham dinheiro para pagar os seus estudos, trabalhavam. Nestas viagens ficavam a cargo das limpezas.


Já no porão ia toda a carga e mercadoria: carne e peixe salgado, biscoitos, azeite, vinho e água. A comida era cozinhada em pequenas fogueiras feitas na embarcação.
 

Como não havia casa-de-banho no barco, a tripulação tinha que utilizar um balde. Para se limparem, utilizavam as pontas das cordas desfiadas.

No porão não faltavam animais tais como aranhas, baratas e ratos


Para além do posto de vigia, também era considerado castigo estar no porão a trabalhar alguns materiais que trazíamos, como por exemplo, a pedra.


No regresso, a Nau vinha recheada de especiarias, tecidos, ouro, prata, pedras preciosas entre outros...






Quando a Nau atracava, a tripulação levava a mercadoria para a casa do rei, a ALFÂNDEGA...

...que era inspecionada pelo Juiz...

...e depois pesada  para determinar o seu preço

Pudemos ver, sentir e cheirar algumas das especiarias... 



... e sentir a textura dos tecidos


Ficamos também a conhecer algumas das ferramentas utilizadas na construção das naus...
serrote

berbequim manual

plaina

o metro

... e uma profissão que desconhecíamos: CALAFATE, o operário responsável por vedar as frinchas e fissuras entre as tábuas da embarcação para não entrar água.
O calafate colocava estopa entre os espaços e depois derretia cera, resina e gordura animal para aplicar em todo o barco, servindo como um verniz isolante.





Agora temos toda a informação necessária para construir a nossa Nau dos Descobrimentos!

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